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A LAMIRA é um grupo de artes cênicas tocantinense que busca, na fisicalidade, o ponto de interseção entre dança, teatro, circo e música para a construção de sua estética. Suas produções partem da interação entre coreógrafos, diretores e pesquisadores das mais diversas áreas, fomentando, fortalecendo e desenvolvendo as artes cênicas como linguagem cultural.

Desde seu início, em 2010, a LAMIRA constrói espetáculos que servem de referência estética à capital onde está inserida. Representando a produção cênica tocantinense pelo Brasil, a LAMIRA já circulou por mais de 90 cidades em 25 estados e Distrito Federal, passando por todas as regiões do País e se firmando como um dos principais grupos de artes cênicas da Região Norte.

Tendo como Direção Geral a artista Carolina Galgane e, como diretor artístico e coreógrafo, João Vicente, as produções da LAMIRA nascem através da pesquisa autoral artística e estética, na qual o grupo busca uma linguagem cênica particular, que possibilite que seus artistas envolvam tanto a linguagem da Dança, quanto a construção dramática teatral e a utilização de outras linguagens que reforcem o objetivo maior: fazer arte de qualidade ímpar, diferenciada e comunicativa.

Assim, todos os espetáculos cênicos da LAMIRA foram premiados nacionalmente, além dos videodanças e documentários produzidos para o audiovisual.

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Uma vez, numa varanda gostosa da casa de uma amiga que mora em Taquaruçu, o João me disse que Lamira era uma sigla para algo que ainda não tinha nome. Ou era um nome para algo que não tinha conceito, ou, acho que era ainda um conceito para algo que não tinha limites. Na hora fiquei até curioso, inventando possibilidades: Laboratório de Arte e Movimento Irracional e sei lá mais o quê..., mas aí me lembrei de quando os vi dançando no chão cru de cimento, na feira da 304 sul, contando histórias engraçadas de gente sofrida. E depois no teatro oficial da cidade, dessacralizando deuses e protocolos visíveis. E soube que Lamira era aquilo mesmo: um “deslimite” para conceitos sem nome nem sigla”

 

Marcial Asevedo - Professor de Teatro da UFT.

Diego não conhecia o mar, por isso, no conto de Eduardo Galeano, o menino pediu a seu pai, Santiago Kovadloff que, na frente daquilo tudo, o “ajudasse a olhar”... Já́ na crônica de Rubem Alves, talvez o mesmo menino, encantado com a vida das ruas, é reprimido pela mãe... A gente sabe que “a mãe não nasceu assim. Pequenina, seus olhos eram iguais aos olhos do filho que ela arrasta agora. Eram olhos vagabundos, brincalhões, que olham as coisas para brincar com elas. As coisas vistas são gostosas, para ser brincadas.” As crianças e os artistas olham o mundo de um outro jeito, me diz Alves. Já́ os adultos, me diz Galeano, podem trazer a experiência para ampliar horizontes, mas, de todo modo, há que se VER, há que se QUERER. 

 

Gibi, do grupo Lamira, me ensina a olhar e a entender que o prazer de ler – além da HQ, ler o mundo – se estende ao corpo, se expressa no movimento. Aliás, todo prazer e também toda dor. Os personagens, misto de palhaços e crianças, vão interagindo e, em uma construção cênica muito bem articulada, dançam com uma naturalidade que chego a imaginar que realmente danço, ou melhor deveria dançar a vida, a la Garaudy, assim como os artistas e as crianças o fazem com maestria e determinação.

Há uma conexão precisa entre uma narrativa pretendida e a dança que a sustenta, deixando-nos bem claro que Gibi não é teatro, é dança dramática. Se o equivoco não se dá, a plateia apreende mais uma linguagem e sua força potencial. A ausência de diálogos verbais tradicionais, embora a dialógica seja a tônica, e a escolha de uma trilha sonora clássica, usada pelos corpos com autonomia rítmica, também garantem o fortalecimento de uma arte, tão inquieta e tão livre, que nos permite olhar, além do mar de Galeano, a imensidão da vida. Gibi é simples, por isso é arte para todas as idades.”

Sérgio Rivero Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas FACOM/Universidade Federal da Bahia, com sanduíche na University of Wales - Newport/Reino Unido.

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